• contato@artesintegradas.com.br
  • (62) 98212-9604

O PROCESSO NAS ARTES INTEGRADAS: Como Pensar e Realizar a Integração

RESUMO:

O presente artigo foi construído para o curso de Artes Integradas: a arte na construção do conhecimento para a escola do século XXI, baseado na minha pesquisa de doutorado sobre a temática. O objetivo deste texto é o estudo sobre os elementos importantes no processo de integração artística, o que identifica quando as Artes Integradas acontecem de fato.

São eles a experiência, a interação, o desejo pelas trocas, a inter-relação entre os conhecimentos, os estudantes compreenderem sua aprendizagem e conseguir expressar em sínteses, a ampliação do conceito de Arte como pesquisa, imaginação, percepção aguçada e sistêmica e um processo orgânico. Além disso, o artigo apresenta uma proposta de processo de integração artística a partir da estrutura dos Itinerários Formativos que fazem parte da estrutura do novo ensino médio, sendo apenas um exemplo de possibilidade de prática integrativa.


INTRODUÇÃO

A educação por meio da arte é uma prática considerada envolvente que deve abranger conhecimento e sensibilidade em vários níveis, levando o indivíduo a perceber que a arte é parte necessária ao homem, por ser ele um ser expressivo, estético e racional. Amplia sua ‘bagagem’ de conhecimentos, suas formas de interpretação de mundo e percepção de si mesmo, permitindo que este indivíduo modifique sua realidade.

A arte-educação é uma prática onde o educador, geralmente, tem liberdade para desenvolver sua ação, pois não existe currículo fixo, ou seja, não há uma obrigatoriedade de conteúdos como as demais áreas de conhecimento. Sua prática está ligada ao que este professor considerar conveniente para cada turma ou indivíduo, dentro da realidade escolar em que vive. Para tanto, o professor precisa estar atento às demandas de seus estudantes, bem como da comunidade próxima à escola e estar atento às problemáticas contemporâneas. Desta forma, a contextualização caminha lado a lado com a realidade e cabe ao professor entendê-las, realizando sua ação por meio dos diálogos entre ambas.

A arte, por si, se apresenta em movimento, globalizada e contextualizada com a realidade do dia-a-dia, porque acompanha o homem e sua história, mudanças e comportamentos. Ao analisarmos com profundidade, deparamo-nos com a relação entre conhecimento e Arte de forma interligada, fazendo com que a Arte se constitua na ‘complexidade’, no sentido do ‘que é tecido junto’ (Morin, 2004, p. 14). Assim, a Arte é complexa e inter-relaciona com várias áreas do conhecimento em sua essência, pois ela fala do ser humano que também é complexo.

A necessidade é sair da fragmentação, superficilidade e tecnicismo e realizar a integração, a conexão dos conhecimentos que ela evoca, a ideia é como a metáfoa da tecelagem, tecer entremeios, buscando a totalidade, como uma colcha de retalhos onde o todo é feito das partes e as partes compõem o todo. Segundo Mendonça (2009), o pensamento complexo de Edgar Morin “nos ensina que a parte e o todo estão intimamente ligados e que o somatório das pequenas ações e das interações entre elas, transcende seu aspecto local, podendo produzir efeitos surpreendentes no todo” (MENDONÇA, 2009).

Para se conseguir realizar essa conexão é preciso entender que nosso olhar precisa enxergar as partes e o todo, ou seja, ampliar, trazer todos os possíveis contextos para o diálogo. Por contextualizar compreendemos como o ato de colocar no contexto, “colocar alguém a par de algo, alguma coisa, uma ação premeditada para situar um indivíduo em um lugar no tempo e no espaço desejado, encadear ideias em um escrito, construir o texto, no seu todo, argumentar” (Tufano, apud Fazenda, 2001, p.40).

Toda visão e atitude de um indivíduo originam-se do seu contexto cultural, social, econômico e religioso. É dele que vem sua atitude de interação, contestação e crítica, movimentos que geram caminhos para uma realização dialógica.

Ostrower diz,

O indivíduo talvez discorde de certas aspirações formuladas pelo contexto cultural; mesmo assim, é desse contexto que ele partirá para a crítica. Podem as aspirações ser frontalmente contestadas, sobretudo quanto a metas de vida e caminhos de realização humana – e em nossa sociedade não faltam exemplos – mas é uma função do contexto e com possibilidades que surgem no contexto, que a contestação se dá. E se dá a partir de formas latentes no contexto (OSTROWER, 2002, p.102).


A atitude de contextualizar gera uma situação em que o indivíduo se olha e olha o mundo em sua volta, criando nele a necessidade de se situar e entender os caminhos que ele percorre. Neste momento, a educação faz o seu papel de orientar e mostrar que existem vários caminhos a serem percorridos e que cada indivíduo pode modificar a sua realidade através do conhecimento.


ARTES INTEGRADAS: contexto histórico e conceitual-filosófico

Não existe um marco no surgimento das Artes Integradas. O pensamento integrador no processo educativo tem suas raízes nos ideais da educação progressista no início do século XX. O destaque é a ênfase dos educadores progressistas sobre o currículo centrado no estudante e a aprendizagem sistêmica, em que o conhecimento se relaciona e se amplia à vida real, promovendo a necessidade e ideia da integração entre disciplinas curriculares.

John Dewey (1859-1952), principal expoente desta corrente, defendia uma formação que se centra no estudante, que valoriza a integração entre teoria e prática, pensamento e ação, tendo como forma de condução do desenvolvimento do ensino as situações problemas, a principal delas, uma aprendizagem por experiência. Esta deveria ser a base pelo qual a educação deveria acontecer, em oposição ao currículo formal e estático.

Para prosseguir, destaco que alguns autores afirmam que foi por meio do pensamento de Dewey que houve um despertar para a integração no contexto escolar. A partir do que que Russell e Zembylas (2007) apresentam, é possível ter noção por quais caminhos o processo de integrar passou e se estruturou.

Assim, destaco alguns autores que confirmam a base teórica em Dewey (2010)[1934],

As raízes históricas da integração das artes na educação ocidental remontam aos ideais da educação progressista no início do século XX (Beane, 1997; Bresler, 1995; Dewey, 1934; Parsons, 2004). A ênfase de Dewey (1934) na experiência estética e a importância da aprendizagem holística encorajaram os educadores de arte a começar a explorar as inter- relações com outras áreas temáticas (Bresler, 2003). Efland (1990) apontou que na década de 1960 houve um movimento para conceber artes a partir de uma perspectiva centrada na disciplina, mas a integração artística ganhou atenção na década de 1970, período em que os modos artísticos de conhecer e vivenciar adquiriram um status mais legítimo. Como resultado, novas pedagogias focadas no valor das explorações e experiências dos alunos e uma fusão entre artes e outras áreas temáticas foram promovidas. As décadas de 1980 e 1990 testemunharam um renascimento das discussões sobre o trabalho integrativo na educação (Eisner, 1985). Durante esse tempo, a teoria de múltiplas inteligências de Gardner (1983) forneceu evidências baseadas na pesquisa para a afirmação de que a inteligência humana é multifacetada, multimodal e trouxe a voz da psicologia do desenvolvimento para o discurso sobre a integração das artes.1 (RUSSELL e ZEMBYLAS, 2007, p. 289 in BRESLER, 2007, 287–

302, Tradução nossa).


Estes autores apresentam bem como a integração artística surgiu, resultado de um processo de pesquisa e necessidade daquele tempo, onde teorias e situações novas se apresentavam com certa constância. Segundo Burnaford et al (2007), no início do século XX, um movimento surgiu para desenvolver um currículo que atendesse a complexidade que o sistema escolar americano havia atingido e desafiar, ao mesmo tempo, a quebra das fronteiras entre as áreas de conhecimentos.

O termo geral integração curricular remonta desde a década de 1960, o governo Kennedy fez muito para apoiar as artes e cultura, em 1965. Por exemplo, foi criado o National Endowment for the Arts (NEA), um fundo nacional para as artes, fundado especificamente para liderar a educação artística no país. Vários teóricos do currículo e filósofos educacionais se posicionaram a favor do currículo integrado, mostrando que o currículo integrado de artes seria o futuro da educação americana. Segundo Burnaford et al (2007) e Bresler (1995), autores como James Beane, Cassandra Whyte, Harry Broudy e Elliot Eisner, Hayes Jacobs e Robin Fogarty, para citar alguns - produziram trabalhos que mostraram como o currículo integrado e as Artes Integradas seriam um caminho para alcançar o sucesso acadêmico perpassando pelo cognitivo e pelo sensível, ampliando a criatividade, tão necessária, aos estudantes.

Burnaford et al (2007), apresentando uma questão levantada por Beane, explica que,

Imagine o momento que nos confrontamos com algum problema ou situação desafiadora em nossas vidas. Como nos aproximamos diante da situação? Paramos e nos perguntamos qual parte da situação é das linguagens, da música, da matemática, da história ou da arte? Acho que não. Em vez disso, assumimos o problema ou a situação e usamos qualquer conhecimento que seja apropriado ou pertinente sem considerarmos as linhas da área de cada assunto envolvido (BEANE, 1997, p. 7 apud BURNAFORD ET AL, 2007, p.2, Tradução nossa)2.


Essa forma de tratar o conhecimento deveria ser mais natural pra nós, mas infelizmente, ainda é comum pensar em ‘caixinhas’ disciplinares, de forma fragmentada, sendo que tratar o conhecimento de forma fluida é um processo maduro de percepção de mundo para a atualidade.

A integração do currículo se torna a atenção primeira das escolas e o desenvolvimento da imaginação será um ponto central para os propósitos da educação. Para as soluções dos problemas, estimulou-se a resolução destes pelo pensamento hipotético- dedutivo, onde as matérias-primas para o raciocínio de todos os tipos de problemas são fornecidas pela imaginação. O desenvolvimento da imaginação tem uma relação com a questão da tradição cultural, é nela que o homem constrói de geração em geração, por meio da imaginação, suas verdades, avaliações e posicionamentos. Assim, se torna um dos objetivos das escolas desenvolver o intelecto e o poder de avaliação do sujeito por meio da utilização do patrimônio cultural, conservado através de tradições e carregadas de imaginação.

É nesse contexto que as Artes Integradas surgem, apesar de não se saber ao certo quando elas surgiram. Segundo Duncan (2011), a literatura não é precisa quanto ao início da integração artística como uma abordagem para o desempenho acadêmico, mas a autora apresenta um relato que defende seu uso. A arte é defendida como lugar importante entre as disciplinas, devendo ter um lugar no currículo.

É possível perceber que Dewey com seu livro ‘Arte como experiência’, contribuiu para a defesa da Arte como disciplina importante, bem como da integração dos conhecimentos e no currículo escolar. Com o aprofundamento de seus estudos e pesquisas, Dewey cria modelos educacionais progressistas que enfatizavam os princípios democráticos, argumentando que o envolvimento nas artes poderia desempenhar um papel importante na educação cotidiana e estabelecer uma base para o desenvolvimento e implementação subsequentes.

As Artes Integradas são uma abordagem educacional e metodológica que trata da integração de diferentes conhecimentos envolvendo a Arte como eixo construtor e norteador dos processos e pesquisas. O conceito que chegamos até aqui em nossa pesquisa, considerando diferentes autores, apresenta nele conceitos e aspectos importantes para seu desenvolvimento como, o que integrar, os aspectos que se deve desenvolver nos participantes, além do processo metodológico. Apresento o conceito a seguir:

As Artes Integradas podem ser consideradas como uma abordagem metodológica ou educacional que se pautam no ideário do integrar, conectar, interligar, relacionar de forma equitativa conhecimentos, habilidades, princípios organizadores, conceitos, conteúdos e metodologias entre a Arte e outras áreas de conhecimento, promovendo a construção de conhecimentos integrados, a exploração sensorial (sentidos), experiências significativas direcionadas pelo artístico – estético – poético, promovendo a consciência do estudante de suas aprendizagens, possibilitando-o inscrever, editar, e comunicar suas sínteses por meio de produções que se amparam na e pela arte.

É possível perceber que o processo de integração artística é aquele que exige dos professores e participantes uma disposição diferenciada no processo educativo. Não é um simples cruzamento de disciplinas, envolve aspectos importantes para a formação humana e que são seu maior diferencial. O primeiro aspecto que caracteriza a integração artística é a questão da experiência.

Em seus estudos, Dewey (2010) mostra que a educação ideal é aquela que acompanha as mudanças do tempo presente, compreendendo que o conhecimento é amplo e não é estático, ou seja, aquele pronto e acabado estudo sobre o passado, vindo, principalmente, dos livros didáticos. O conhecimento se movimenta na relação do homem com o meio, e dessa relação, se de fato for em contexto, efetiva e simbólica, surge a experiência que traz uma concretude na aprendizagem do homem.

O autor, apresenta uma construção teórico-filosófica que são estruturantes para a existência das Artes Integradas, são eles: a experiência, a interação e relação e os sentidos, como aspectos estruturantes para a existência das Artes Integradas, lembrando que os conceitos-paradigmas (inter e transdisciplinaridade, pensamento complexo e integração) fazem parte de sua essência. Conforme Ramaldes e Camargo (2017), a experiência não é apenas uma ação que acontece em um determinado tempo, mas sua qualidade está em um continuum da vivência humana (p.15). Eles citam que a experiência é construída num processo que se dá na,

(...) integração constante com as múltiplas memórias de experiências anteriores, é o passado e o presente, o conhecimento a intuição e o subjetivo em ação, interagindo no caminho das experiências futuras, produzindo então uma experiência “única”, significativa, que será memória para outras experiências (RAMALDES; CAMARGO, 2017, p.16).


A experiência se torna aprendizagem. A experiência, tem um importante papel na formação dos indivíduos, por ela fazer uso da relação do presente com modos de aprendizagens passadas. É possível perceber dois movimentos inerentes no vivenciar da experiência: ela se concretiza na interação homem e mundo, mostrando que o homem se constitui no coletivo – na cultura. E na percepção do indivíduo como sujeito de uma cultura, de suas memórias, valores e significados, gerados por experiências passadas que interpenetram em novas experiências. Eis aí quando a experiência se torna consciente, quando ela se torna significativa para o homem.

Essa experiência em Dewey (2010) não é algo passivo, o autor ressalta que a experiência real se encontra numa relação íntima com a educação. Ela acontece pela interação do sujeito com o meio, é experiência com começo, meio e fim, mas que se conecta a outras experiências, possui reverberações, não é apenas uma apreciação ou sensação, ao contrário, ela é ativa, alerta e desencadeia diálogos externos, posteriores, entre pares e o mundo, e diálogos internos, consigo mesmo, em que o homem se dirige às suas concepções e conceitos. A experiência real se apresenta significativa. Segundo Dewey (2010),

A experiência, na medida que é experiência, consiste na acentuação da vitalidade. Em vez de significar um encerrar-se em sentimentos e sensações privados, significa uma interpenetração completa entre o eu e o mundo dos objetos e acontecimentos. Em vez de significar a rendição aos caprichos e à desordem, proporciona nossa única demonstração de uma estabilidade que não equivale à estagnação, mas é rítmica e evolutiva. Por ser a realização de um organismo em suas lutas e conquistas em um mundo de coisas, a experiência é a arte em estado germinal. Mesmo em suas formas rudimentares, contém a promessa da percepção prazerosa que é a experiência estética (DEWEY, 2010, p. 83, 84).


Para Dewey (2010), a percepção também é importante, porque é a partir dela que se percebe as várias realidades e dimensões que se apresentam ao homem e o mundo. O autor destaca os campos sensorial e o pensamento, e que ambos estão num relacionar nos processos da experiência e aprendizagem do mundo. O autor ressalta que tudo está interligado e que é imprescindível olhar para um objeto por diferentes perspectivas. Ora, as Artes Integradas aguçam a percepção, elas propõem a pesquisa, a construção, a criação e a comunicação de produtos frutos da interligação do processo que envolve diferentes pontos de vistas, conceitos, materiais, meios, entre outros.

Outra coisa, a interação com o conhecimento necessita explorar não só as relações com os conhecimentos no âmbito do pensar, limitando a experiência, mas explorar também diferentes formas de como o sujeito recebe, explora e manipula todo o processo envolvendo o sentir. Por exemplo, trabalhar conceitos que venham a partir de determinado componente, relacionando e buscando pontos de contatos com conceitos artísticos de maneira equitativa, não hierárquica, perpassando por memórias, imaginação, sensações que explorem os sentidos, proporcionam outras formas de contato com o conhecimento. Assim, experiências com o sentir, com as sensações e sentimentos ampliam as possibilidades nas relações com o conhecimento.

Um ponto importante, conforme Dewey (2010), existe algo que limita a experiência, são as coisas que interferem na percepção. E, se pensarmos bem, de fato, o homem possui bastante experiências limitadas em sua vida, imagine isso dentro da escola. É o movimento do tempo presente, contemporâneo, ou o homem vivencia e faz muitas coisas, em um constante fazer, ininterrupto, ou é um estado de sentir e estar sujeito com excesso de receptividade. Estes são desequilíbrios que não são percebidos, fogem do controle e da sensibilidade humana.

O excesso de atividades, além da necessidade de sentir, e sentir muitas experiências faz com que o homem sabote a real experiência, tornando-a parcial ou distorcida, a falta da percepção da consumação e do significado impede a reflexão, que é o ir e vir da continuidade do que veio antes e do que pode vir a ser. A experiência é limitada por causa de questões que interferem na percepção, principalmente na relação entre o estar e o fazer do sujeito.

Assim, no frenesi da experiência isolada e da necessidade de se vivenciar mais e mais, o indivíduo não deixa chegar à conclusão das experiências, mas começa e recomeça entre uma coisa e outra, com precipitação. Quantas experiências têm sido vivenciadas dessa forma por estudantes e professores? Quantas interrupções por conta de cumprimento de metas, agendas, conteúdos, e quantas mais e mais precipitações vividas por fragmentações de pensamento e ações?

Proporcionar a continuidade da experiência educativa é o movimento importante na formação, percepção e construção de mundo do sujeito, é o ir e vir do sujeito histórico e cultural, passado e presente, projetando o futuro. Para uma experiência real e total, a percepção deve se voltar para os vários níveis de realidade, tendo o acesso e interesse de como o conhecimento é produzido e como ele se transforma e, principalmente, por qual meio ele é manipulado, seja por pesquisa disciplinar, aquela que se apresenta por um único nível de realidade ou inter e transdisciplinar, que abrange e se preocupa com a dinâmica gerada por novos conceitos e ações de vários níveis de realidade ao mesmo tempo, enfocando sempre a compreensão do tempo presente.

Isto quer dizer que a experiência evocada na prática das Artes Integradas é aquela que o estudante ao ter o contato com o objeto do conhecimento terá o momento de sua relação com experiências passadas, por meio de memórias e vivências anteriores, assim, nesse processo de ir e vir de reflexão, a experiência se torna em conhecimento e é transformadora, projetando reverberações dessa experiência para estar em contato com novos conhecimentos, ou seja, não é uma experiência que acaba em si mesma.

Nesta dinâmica a unidade que liga todos os níveis de realidade, se existir, deve ser uma unidade aberta. Para tanto, é preciso considerar que esses níveis se prolonguem para uma zona de não-resistência diante de nossas experiências, descrições e imagens. A abertura para trocas, parcerias é iminente e vital, as percepções se mesclam, interagem, promove um novo/outro olhar para o mundo. Entra aqui uma questão tão séria, que atrapalha grandemente os processos de integração dos conhecimentos. A questão do desejo.

O desejo de/para abertura e pelo compartilhar e participar, faz com que os sujeitos participantes se tornam um outro, um terceiro, que não sou eu, mas aquele que se dispõe para o vir a ser. Porque é neste lugar que novos conceitos, posturas, habilidades, pensamentos, sensações surgem no processo. Infelizmente, não é algo que está presente nas pessoas de forma natural, mas é algo construído. Um dos propósitos das Artes Integradas é a ampliação da aprendizagem por meio dos sentidos, uma zona em que diferentes níveis precisam estar abertos, e sem resistência.

Desejo, abertura, disponibilização dos sentidos, vivenciar, consciência e racionalidade, somente com a percepção livre e ampla é que se consegue realizar relações. Estes pontos interligados e simultâneos abrem as ‘portas’, que são os sentidos, para novas experiências. As Artes Integradas proporcionam um lugar com possibilidade de diferentes tipos de interações, onde a experiência caminha para a totalidade e a percepção se amplia em diferentes níveis de realidade, abarcando uma relação integral entre o campo sensorial e o pensamento.

Dewey (2010) destaca o homem sensorial, que vive, aprende e sente o mundo por meio de várias ‘portas’. Estas, são os sentidos, eles absorvem o mundo em sua multiplicidade que chegam até o homem por ‘veículos’. Os veículos são os mediadores, os intermediários entre homem e mundo, entre homem e arte. São eles, os materiais, as técnicas, as formas, elementos que constituem a qualidade das obras e do que está no mundo, é a partir dele que questões estéticas e poéticas são evocadas. A compreensão deles sensibilizam, ampliam a percepção e informam e é por onde o homem interage com o mundo.

Os sentidos necessitam ser direcionados e educados para o reconhecimento da aprendizagem e conhecimento, precisando ser trabalhados para que não caiam numa interação rasa com o mundo.

Dar ênfase aos sentidos é sair do caminho da educação que utiliza apenas dois aspectos da dimensão humana de aprendizagem que é ver e ouvir. Dewey (2010) e Elliot Eisner (2002) cita que o corpo todo aprende, que os sentidos são portas abertas para o contato com o mundo, é um lugar de aprendizado e que explorar o conhecimento por meio de outras formas enriquece o vocabulário dos estudantes e sua aprendizagem que se torna ampliada e muito mais significativa.

Eisner (2002) também apresenta aspectos importantes que envolvem a formação do cognitivo humano, onde se transforma cérebro em mente. É o processo do indivíduo de se representar na sociedade, apresentando sua cognição, pensamentos, ideias, ou seja, seu ser constituído. O processo é interessante e se assemelha ao processo metodológico das Artes Integradas, autores americanos têm ressaltado estes aspectos em suas práticas, destacando que eles contribuem para o processo pedagógico acontecer de forma a garantir inovação e integração, são eles a ‘inscrição’ que é quando se tem uma ideia, imagem, problema e é preciso inscrever isso, colocar no papel, refletir sobre ele.

Depois, o autor apresenta a ‘edição’, que é o momento em que acontece a integração, pois o estudante irá editar essa ideia, buscando a investigação por entre as diferentes áreas de conhecimento, e assim, construir sua síntese. A síntese ou o produto nas Artes Integradas também são importantes, assim como o processo, aliás, em qualquer processo educativo, pois é por meio do produto que a aprendizagem do estudante será mostrada e concretizada e assim, poder ser ‘comunicada’ à sociedade, é quando, segundo Einser (2002) o estudante se constitui como um ser atuante e pensante na sociedade. ‘Comunicar’ a síntese do processo é muito importante porque, a partir dessa comunicação, poderá surgir reverberações para novos estudos e pesquisas. Isso torna a experiência da aprendizagem real e significativa, não apenas uma experiência comum.

Dewey (2010) apresenta que existem aquelas experiências que podem ser consideradas comuns, porque não há a percepção dialógica, o controle dos meios, veículos e qualidades importantes, esta experiência se apresenta em um nível comum, porque a percepção e manipulação de materiais podem ser considerados mecânicos. Já quando há a preocupação pela interação e relações que se priorizam uma percepção dialógica e se utiliza diferentes sentidos, reconhecendo diferenciados elementos, esta experiência tem o poder de ligar, conectar as partes, perpassando por todas elas.

Ela se torna uma experiência estética e seu diferencial é que a qualidade é percebida e o olhar mecânico é modificado tornando-se qualitativo, percebendo os aspectos intrínsecos aos veículos e meios, que são os mediadores entre o mundo e o homem. Ou seja, os sujeitos não deixam de ter experiências, mas seu nível de aprofundamento das relações e significações é o grande diferencial, gerando uma mudança da forma como o sujeito vê e se relaciona com o mundo. Enquanto vemos, também ouvimos e sentimos, assim, o autor fala que quando vemos uma obra vemos não só as cores, mas as cenas, o som, sentimos pressões, percebemos e compreendemos o que está implícito.

Destaca-se, a partir do autor e do exposto até aqui, que existem dois tipos de interação do homem com o mundo, influenciando diretamente as práticas integrativas. Há nos entremeios desta dinâmica uma relação entre o que está externo e o que está na essência das instâncias envolvidas, quando o homem entra em contato é criado um ritmo de contemplação. O autor apresenta duas formas de ver o mundo, de interação e percepção dele: a mecânica e a orgânica.

Na primeira, o homem percebe as instâncias, as fronteiras e seus elementos, bem como seus limites e junções, o que limita e torna a relação em fragmentos. Esta é chamada de mecânica, em que o homem não consegue ver o todo, mas suas partes, interferindo diretamente em sua experiência, não possibilitando sua interação em muitas vias e conexões. Neste caso, ter a consciência das costuras e limites, demostra a ideia de delimitação de fronteiras, fragmentação, um aspecto mecânico que distancia da profundidade das relações, retirando o aspecto orgânico que a totalidade caminha.

A outra forma de interação e percepção é a orgânica, que perpassa, transpassa as fronteiras, se entremeando com/em outras instâncias. Conforme Dewey, nesta costura só se torna integrada quando ela é orgânica, não se percebendo junções, o que há é uma diluição entre os limites dos conhecimentos, é sair da fragmentação e realizar conexões sem deixar à mostra suas fronteiras, tudo está ‘tecido junto’. A integração artística em seus aspectos mostra-se orgânica, ela é exigente no âmbito de sua prática, pois suas construções permeiam entrelugares onde diferentes conceitos, metodologias e habilidades serão integradas na análise e prática dos objetos estudados, criando novos/outros significados, situando os sujeitos em sua experiência e aprendizagem.


O PROCESSO

O processo de integração exige um preparo diferenciado tanto da equipe envolvida, quanto da proposta da prática, necessitando a sincronia entre os profissionais (um de cada área) na interligação das linguagens envolvidas, metodologia, flexibilidade, criatividade e abertura às parcerias. Às práticas cabe o desenvolvimento de processos que envolvam vários conhecimentos e diferentes vivências que proporcionem ao aluno um olhar integrado e compreensivo da aula.

É necessária uma disposição dos educadores para tecer conjuntamente os processos que serão desenvolvidos em sala de aula. Sabe-se que não se pode ter o total controle da situação ou resultados, mas é importante a flexibilidade diante das ideias, das conexões dos conhecimentos, das respostas dos alunos. Reuniões devem ser realizadas constantemente pelo corpo docente a fim de traçar a finalidade de cada prática, promovendo diálogos interdisciplinares e, dependendo da profundidade do entendimento de cada educador, a possibilidade de diálogos transdisciplinares. O processo acontece no momento em que, mediado pelos educadores, ocorrem diálogos entre as linguagens artísticas, diálogos entre os educadores e o mais importante, diálogos dos estudantes em relação ao processo.

Essa abordagem educacional e metodológica é uma prática eficaz para alcançar a formação integral do indivíduo, o que é importante para despertar o olhar para o mundo e saber enxergar as conexões existentes e possíveis para realizar diálogos criativos e inovadores dentro de cada contexto. Ela afeta progressiva e simultaneamente os sentidos do indivíduo de forma integrada, ou seja, o indivíduo é sensibilizado em seu cognitivo, seu olhar, seu corpo, sua audição e percepção sonora e expressões cênicas. A metodologia envolve, também, percepções mais aguçadas, criação, flexibilidade, abertura para explorar novidades, assim, o conhecimento cresce e cria consistência, permitindo que os estudantes tomem novas posturas e novas interações com o mundo.


ITINERÁRIOS FORMATIVOS COMO PRÁTICA DE ARTES INTEGRADAS

Uma estrutura que estamos defendendo em nossa pesquisa para o acontecimento das Artes Integradas é a estrutura dos Itinerários Formativos (IFs) apresentada pela BNCC na etapa do Ensino Médio. O novo Ensino Médio se divide em Formação Geral Básica (propedêutica) e a parte flexível que são os Itinerários Formativos, estes são um conjunto de unidades curriculares oferecidas pela escola e possuem uma estrutura bastante interessante que propõe a integração dos conhecimentos e dão o poder de escolha para os estudantes.

São compostos por Trilha de aprofundamento, Eletivas e Projeto de Vida. Nossa opção por apresentar a estutura dos IFs é porque logo estarão presentes e vigentes no contexto educacional brasileiro, ou seja, será algo concreto na realidade educacional, sendo de fácil compreensão para a prática. Nossa intenção não é criar Itinerários Formativos, mas é apresentar, a partir da estrutura dos IFs, uma forma ‘palpável’ e concreta de como pode acontecer a integração artística dentro das escolas. Lembrando que essa é uma possibilidade dentro de tantas outras, cada grupo de professores encontrará sua melhor forma de realizar a integração artística.

Assim, a estrutura de integração artística a partir dos IFs se apresenta da seguinte forma:

A primeira coisa a se fazer é ter um tema ou problema ou ideia ou situação para se trabalhar e desenvolver toda a abordagem. A partir disso, observar cada etapa, mas que acontecem concomitantemente. Nas Trilhas de Aprendizagem é onde acontecem o aprofundamento dos conhecimentos, é também o lugar de integração entre os conhecimentos.  Nessa etapa, a organização do processo  se dá pelos  eixos estruturantes:

investigação científica, processo criativo, mediação e intervenção sociocultural e empreendedorismo. Estes eixos possuem semelhança nas etapas de representação da constituição cognitiva de Eisner (2002), que são a inscrição, edição e comunicação. Ao olharmos com a perspectiva metodológica é possível perceber que ambos se assemelham a um processo metodológico, inspiram um caminho a ser desenvolvido e processos de construção do conhecimento.

Com o tema ou problema os professores e estudantes começariam com a investigação científica, buscando inscrever o problema e todas as possibilidades de questões que dele surgir para se investigar. A investigação não deve acontecer cada um em sua área, mas é nesse momento que deve acontecer as trocas, é onde a arte assume o papel de tecer e entremear essa pesquisa, por exemplo, investigar na biologia trazendo o olhar e elementos artísticos para investigar junto e fazer as costuras e amarras nos conteúdos e questões da biologia e também trazer a biologia para trabalhar os aspectos que envolvem as questões da arte.

Após esta coleta de dados e análise o processo criativo é a próxima etapa, é onde os estudantes mostrarão a sua compreensão dos conhecimentos, propondo edições e criações, construindo sua síntese. Aqui, a imaginação, o permitir extrapolar, o se arriscar e, principalmente, deixar o outro falar e dialogar com o processo de criação, assim, não só os professores tem esse momento de troca, mas os estudantes também devem ter.

Outra etapa importante é a Mediação e Intervenção Sociocultural, é o momento em que os estudantes estarão em contato com a comunidade, investigando como aquela questão estudada se apresenta na comunidade, propondo intervenção e soluções de problemas, mas também pode ser o momento em que alguém da comunidade pode relacionar com os estudantes, talvez um profissional ou artista, que possa se envolver no processo. Para os autores americanos, esta é uma parte importante do processo, eles sempre convidam profissionais da comunidade, principalmente artistas, para estarem na sala de aula realizando alguma intervenção ou ministrando alguma técnica ou aspecto de seu trabalho e profissão. É um processo rico e muito interessante para os estudantes e professores envolvidos.

O Empreendedorismo é a etapa da comunicação do processo e da síntese, ou seja o produto. É quando será apresentada as conclusões sobre o objeto estudado. Esse momento é de grande importância, necessitando ser proposto algumas vezes durante o processo, porque é nesse contato que ajustes são feitos. No final do processo, não é que é obrigatório sair algum produto artístico, mas é importante ver que o produto final da integração realizada está modificado pela intervenção da Arte na construção desse conhecimento e síntese.

Ao mesmo tempo que o estudante estará aprofundando na Trilha, ele escolherá uma Eletiva, ou seja, uma disciplina específica qualquer que ele fará para aprofundar os conhecimentos específicos em determinada área. Em um processo de Artes Integradas, seria o momento da aula específica da linguagem artística envolvida, por exemplo, sendo o lugar de aprofundamento de técnicas e estudo sobre a Arte.


UM EXEMPLO:

O problema ou tema: o ciclo de vida.

As áreas envolvidas: Biologia e Artes Visuais.

Na Trilha, no processo de investigação científica, serão estudados alguns tipos de árvores na região que estão, os problemas que elas enfrentam, como é o ciclo de vida, etc. Análise na área das Artes Visuais também são feitas, as cores na natureza as nuances de tons das folhagens e dos caules, artistas que trabalharam com as árvores ou materiais que vem delas, o ciclo de vida na arte, como tem sido representado.

Assim, os estudantes investigarão sobre as questões pontuadas, por meio das relações de ambos componentes. Os estudantes ao receberem instruções de ambos o olhar para o objeto estará mais aguçado.

As árvores vivem mais que os humanos? Como é o ciclo de vida de uma árvore? E como é o ciclo de vida de um humano? Como está sendo o meu ciclo de vida? O que quero ser ou fazer quando estiver com determinada idade como tal árvore? Que contextos históricos esta árvore vivenciou em seu ciclo de vida? Como artistas mostram o ciclo da vida? Eu e minha geração como é o ciclo da vida?

A parir da investigação destas questões os alunos partiriam para o processo de criação: Como o aprendizado em biologia e arte podem me ajudar na produção de alguma síntese ou produto?

Durante o processo, estudantes e professores também visitaram a comunidade para saber sobre a idade da comunidade, quais as necessidades, como está o ambiente, as árvores e a natureza, como se deram os ciclos de vida na comunidade, visita a uma maternidade (se tiver perto) para saber como se dá o processo de vida e morte, como os médicos e enfermeiros veem isso, quais obras de artes que a comunidade apresenta e se ela fala sobre a vida, visita a um jardineiro ou agricultor (se tiver perto) para saber como é a relação de vida e morte de uma árvore. São várias possibilidades.

No Empreendedorismo, mostrariam por meio de uma exposição, apresentação, intervenções ou produtos as sínteses que eles construíram durante o processo e, principalmente, a exposição do material de pesquisa que eles fizeram durante o processo. Enquanto isso, ao mesmo tempo, na Eletiva de Artes Visuais os estudantes estão explorando os materiais, elementos, conhecendo artistas, vivenciando e aprendendo técnicas, para poderem analisar, manipular explorar os veículos e meios encontrados nas obras e nas práticas integrativas. Seus sentidos estão sendo educados, estão percebendo a tecelagem orgânica no processo educativo vivenciados por eles.

Sobre o Projeto de Vida, na estrutura das Artes Integradas, pode ser uma aula onde os estudantes possam se situar neste contexto, auxiliando nos projetos, nas construções do conhecimento e sua aplicabilidade.

Este é só um exemplo de conexão, o ideal é que o grupo estiver trabalhando junto encontre a melhor forma de trabalho, garantindo sempre a abertura para novas possibilidades, diálogos, a imaginação e criatividade.


CONCLUSÃO

Diante do exposto, é possível perceber que as Artes Integradas envolvem aspectos importantes no processo educativo que indicam transformação: seja da prática pedagógica, dos sujeitos envolvidos, do clima da aula e da escola. Elas provocam uma interação diferenciada porque envolve a experiência real, a percepção, a interação, são questões que estão ligadas diretamente à formação humana integral, pois busca a totalidade do ser, além disso, o situa em seu contexto.

Sobre o processo, o destaque aos Itinerários Formativos é apenas uma forma de apresentar uma possibilidade concreta de integração. É uma forma interessante, pois está bem estruturada e funciona para garantir a integração dos conhecimentos. Cabe aos professores que estarão envolvidos com as práticas estarem abertos e buscarem a profundidade das relações. Lembrando que essa é apenas uma possibilidade de se trabalhar as Artes Integradas. Tenho certeza que muitas possibilidades virão.


REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ana Mae. Arte-Educação: conflitos e acertos. São Paulo, Editora Perspectiva, 1984.

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Comum Curricular, educação é a base. Brasília, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf Acesso em 13-02-2019.

DEWEY, John. Arte como Experiência. Tradução Vera Ribeiro. – São Paulo: Martins Fontes, 2010.

EISNER, Elliot, W. The Arts and the Creation of Mind. New Haven & London: Yale University Press, 2002. ISBN: 0-300-09523-6.

FARIA, Aline Folly. Artes Integradas: características das práticas desenvolvidas em escolas de Goiânia. Goiânia, 2009. 177f. Dissertação (Mestrado em Música). Escola de Música e Artes Cênicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2009. Disponível em: h ttps://mestrado.emac.ufg.br/up/270/o/ALINE_FOLLY_FARIA.pdf?1337018905%20 Acesso em 20-01-2019.

FAZENDA, Ivani (org.). Dicionário em construção: interdisciplinaridade. São Paulo, Cortez, 2001.

MENDONÇA, Tereza. Pensamento Complexo. Disponível em: h ttp://www.iecomplex.com.br/pensamento_complexo.pdf Acesso em: 17/01/09.

MORIN, Edgar. A cabeça bem–feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Tradução de Eloá Jacobina. 9ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

NICOLESCU, Basarab. O manifesto da transdisciplinaridade. Tradução de Lucia Pereira de Souza. São Paulo: TRIOM, 1999.

OSTROWER, Fayga. Acasos e criação artística. Rio de Janeiro: Campus, 1990.

RAMALDES, Karine; CAMARGO, R.C. Os jogos teatrais de Viola Spolin: uma pedagogia da experiência. Karine Ramaldes e Robson Correa de Camargo. – Goiânia: / Kelps, 2017.